terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sexta apresentação do "Andarilhos dos Sonhos", no quintal da Cia. Lunática, em Passagem de Mariana.

Foto: Nilson Oliveira

No domingo, dia 29/08, o grupo Virundangas "estacionou" sua carroça no maravilhoso espaço da Cia. Lunática. Os três loucos vendedores levaram suas traias para o distrito de Passagem de Mariana, município de Mariana. 

O distrito fora erigido ao redor da parada de trem que por ali passa para transporte de materiais, uma das maiores minas de exploração aurífera da região. A parada do trem e as possibilidades que a exploração oferecia fez do local um bom ponto para se morar...  Há menos de 5 km de Mariana, Passagem, como é chamada pela população, é um interessante local para ser visitada e conhecer antigas construções da época em que Mariana foi nossa capital.

A Cia. Lunática desenvolve no distrito trabalhos com a comunidade local, abre seu espaço para a criação e troca. No ano passado, foi aberta a "Osquindoteca", possuindo 4 mil exemplares de livros. Além deste projeto, a companhia também trabalha com histórias da cidade, com o acervo de causos que a região possui. 

Agradecemos a todos os responsáveis por possibilitar esta apresentação; pela cortesia,  atenção da Cia. Lunática e todos que estiveram lá para acompanhar nossa carroça.

Para saber mais sobre a Cia. Lunática, acessem: http://www.youtube.com/watch?v=Gfo1hl7hCco.

Esta apresentação contou com o apoio do grupo Resid(ê)ncia e do projeto Para Gostar de Teatro. 

            

Quinta apresentação do espetáculo "Andarilhos dos Sonhos" agitou Santo Antônio do Leite.


Através do programa Arte Itinerante da UFOP, o grupo Virundangas apresentou sua nova montagem na praça central do distrito de Santo Antônio do Leite. O local foi considerado por muito tempo como parte de Cachoeira do Campo e, no início do ano de 1924, através de lei, o lugarejo passou a ser considerado distrito de Ouro Preto. Seu nome adveio devido à excelente qualidade do leite e de seus subprodutos retirados dos rebanhos da fazenda local.

O colorido da região faz do local um espaço muito propício às artes. Lá, a artista plástica Patrízia Rampazzo, que confeccionou as máscaras da peça, construiu sua casa e o Ateliê Pacha. Espaço de muitos artistas, o distrito recebeu-nos de forma calorosa. 

Agradecemos o apoio dos produtores do Arte Itinerante da UFOP - Henrique Dutra e Giorgiana, além do Senhor Borges, motorista que fez o trajeto conosco e nos ajudou com o cenário e, principalmente, ao público pelo carinho e gentileza!


                    

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Terceira e quarta apresentações de "Andarilhos dos Sonhos" foram realizadas em Neves.


As duas apresentações, realizadas na praça central do distrito de Neves, aconteceram nesta segunda feira, dia 16/08/2010. Vários alunos de escolas públicas do distrito puderam assistir, em duas apresentações, o espetáculo "Andarilhos dos Sonhos", a mais nova montagem de espetáculos de rua do grupo Virundangas. 

Apoiados pela Casa de Cultura de Ribeirão das Neves, o grupo foi recebido por Denise, responsável pela produção cultural da prefeitura. Fomos muito bem recebidos por todos e, logo, fomos ao local das apresentações, a praça principal. Fizemos com que a carroça dos vendedores fixassem suas rodas e as crianças foram chegando, muito animadas... Pediam, perguntavam sobre os elementos cênicos, tão exuberantes. As reações foram as mais diversas e Agapito pode contar a sua história, atravessar continentes e chegar até "Las Altas Sierras", para, então, rever Panchita. 

Na apresentação seguinte, os alunos puderam assistir toda a montagem sem dificuldades e de forma mais confortável. Várias pessoas que por ali passavam, pararam e ficaram observando o espetáculo. Os espectadores participaram do espetáculo, davam risadas, diziam e até discordavam dos atores. Assim que terminaram de contar sobre a história do "Comprador de Sonhos", os nômades arrumaram sua carroça e partiram, novamente, para mais uma viagem. Uma nova história em cada parada.

Mas, antes de partimos novamente, temos alguns agradecimentos a fazer. Ao senhor que fez o caminho de ida e vinda de Ouro Preto e Ribeirão das Neves, simpático e cortês, auxiliando-nos no desembarque de nossa carroça e de nossos materiais. À recepção na Casa de Cultura e as pessoas que nos receberam, à simpática Denise e aos espectadores, muito atentos e com grande apresso pela cultura e teatro. Continuem seguindo nossa carroça.

Para saber da história do distrito de Ribeirão das Neves:
http://www.neves.mg.gov.br/ribeiraodasneves/templates/interna_noticia?id_sessao=7&id_noticia=32  

     

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Segunda apresentação de "Andarilhos dos Sonhos" no 7º - Festival Gastronômico de Santo Antônio do Salto.



No dia 08 de agosto de 2010 o grupo Virundangas apresentou-se, pela segunda vez, no distrito de Ouro Preto,  com seu novo espetáculo na cidade de Santo Antônio do Salto.

Fomos recebidos pela simpática Heloiza, coordenadora do 7º Festival Gastronômico de Santo Antônio do Salto. Assim que chegamos a cidade, nos levou para a casa de Dona Nicinha. Lá, fomos recebidos com um delicioso lanche. Dona Nicinha, muito solícita, ofereceu-nos sua casa para que pudéssemos nos preparar para a apresentação. A beleza da cidade e a alegria de seu povo fazem do distrito um agradável lugar para se viver. Não poderíamos deixar de lembrar dos deliciosos pratos típicos da cidade que estavam sendo vendidos nas barraquinhas...

História do Distrito de Santo Antõnio do Salto

O festival tem a intenção de manter viva a história do povoado que cresceu nos arredores da antiga fazenda Santo Antônio do Salto Alto do Itacolomy, nome dado por causa da enorme queda d'água próxima a Fazenda e do santo venerado pela família que, ali, se instalou. 

O pequeno distrito de 120 anos de existência está a duas horas da antiga capital, Vila Rica.  Para se chegar a cidade são necessários vários minutos de contemplação com cadeias de montanhas e serras que cercam o vilarejo. Trajeto de tropeiros no período de exploração aurífera na região.

A posse da terra foi dada através da carta de Sesmarias que o Capitão Antônio de Albuquerque recebe, em 1711. Os desbravadores da época escolheram a região por ser mais plana e não tão tortuosa como as das proximidades do Pico do Itacolomi, do Rio Maynarte, afluente do Ribeirão dos Prazeres. A região tornou-se, portanto, local de grande movimentação por causa da extração do ouro, a fazenda era ponto de descanso para os tropeiros. Além de ser o a única passagem para pular a torrente do Ribeirão para se chegar à Fazenda Bandeiras, nos arraiais de Piranga e de Catas Altas. Tão movimentada era a região que era considerada rancho para as paradas dos tropeiros, como se fosse uma parada obrigatória.

Em períodos chuvosos, os trabalhadores se viam obrigados a parar, pois o rio ficava muito perigoso, muitas pessoas morriam quando ignoravam a sua força. Foi numa ocasião igual a esta, na qual os tropeiros tentavam seguir para Lavras Novas, que uma campanha, se vendo impossibilitada de atravessar o rio teve de fazer pouso na fazenda. Junto destes tropeiros havia uma canastra especial, nela havia uma imagem de Santo Antônio. Os moradores pediram para que a imagem fosse colocada na capela da fazenda e celebraram uma missa. 

Quando os tropeiros quiseram ir embora e levar a imagem, os cidadãos não deixaram-na ir. Pediram para que ela ficasse. Logo após, foram até Ribeirão do Carmo, atual cidade de Mariana. O Capitão João Fernandes e sua comitiva pediram para um  Bispo ir celebrar missa na capela da fazenda, pois a Fazenda do Salto já tornava-se um arraial, mais do que uma parada de tropeiros. Porém, o Bispo que estava em Ribeirão do Camo (Mariana) não queria fazê-lo, pois era muito difícil ir até o arraial. Após muita conversa a comitiva do Capitão Fernandes conseguiu convencer o Bispo e lá foi feita a celebração.    

Portanto, no dia 13 de Junho de 1890, fora celebrada a primeira missa no Arraial de Santo Antônio do Salto, mas somente através da lei municipal 78/92 de 30 de Novembro de 1992, Santo Antônio do Salto fora elevada a Distrito de Ouro Preto.  

Para mais informações:


(Frederico Caiafa)

Foto: Nilson Oliveira

domingo, 1 de agosto de 2010

"Andarilhos dos Sonhos" estreia no Simpósio Internacional de Contadores de Histórias.








Andarilhos dos Sonhos
2010

Atores: Flávia Machado, Matheus Silva, Wagner Alves
Cenografia: Carolina Panini
Concepção Musical: Sabrina Silva e Wagner Alves
Direção: Julliano Mendes
Dramaturgia: Frederico Caiafa e Julliano Mendes
Figurino: Matheus Silva
Fotos: Clarissa Alcantara
Local: Bairro Santa Efigênia, Ouro Preto.

Três andarilhos caminham pelo tempo, atravessando-o com o trabalho. Carregam nesta carroça mundos, histórias de tudo: chapéu, linhaça, jornal. Pano, panela, embornal. E sonho... Os Andarilhos dos sonhos contam a história de um pastor de ovelhas, sem ovelhas, chamado Agapito que se envolve numa fantástica jornada para salvar seu povo de uma terrível seca. 

O espetáculo Andarilhos dos sonhos foi realizado a partir do Prêmio Funarte Artes Cênicas na rua 2009, com o projeto “Histórias e Cantigas de Roda”. Inspirado no conto popular mexicano O comprador de Sonhos, o espetáculo foi resultado de uma pesquisa focada na linguagem lúdica das contações de histórias e cantigas de roda.



Processo de criação: A Fábrica de Energia

Primeiro foi preciso colocar o corpo à disposição do processo. E olha o bambo te bambo te bambuê. Depois refletir o processo no corpo, tudo com a intensidade de quem fabrica energia e não julga. A disposição da criança. Brincar a valer. E olha o bambo te bambo te bambuá!



Depois, apropriar-se do belíssimo conto “O Comprador de Sonhos”, uma história tradicional mexicana, para construir a dramaturgia. E, sob as bênçãos do Caos, colocar na carroça inspirações diversas: teatro de rua, cantigas populares, teatro de máscaras, teatro de bonecos e mímica para compôr um espetáculo que pudesse ao mesmo tempo ser popular sem perder as raízes das pesquisas do grupo. Bambulelê, bambulalá. Bambulelê, Bambulelê, Bambulalá!

(Julliano Mendes)


Diário de bordo - estreia


O Grupo Virundangas estreou dia 31/07/2010 no Simpósio Internacional de Contadores de Histórias sua nova montagem de rua que foi contemplada pelo PRÊMIO FUNARTE ARTES CÊNICAS NA RUA 2009.  A apresentação aconteceu no distrito de Santa Rita de Ouro Preto/ Ouro Preto- MG.

A caminho de Santa Rita,  o grupo todo estava ansioso e feliz. Xibil (organizador do simpósio e contador de causos) disse que certa vez alguém lhe contou que para se contar boas histórias era preciso tomar um bom café com uma senhorinha. O grupo, animado com a breve apresentação, não parava de falar e cantar: Roda peão, Bambeia Peão.


Apresentamos para uma platéia generosa, disposta a mergulhar na história! Muitas crianças, jovens e adultos, todos, alí na rua para ver teatro e ouvir histórias! Felicidade, alívio, conseguimos começar!


Na espera da van para voltar para casa, uma simpática senhorinha veio nos convidar para tomar um café em sua casa... nós aceitamos. Tia Elza, como é conhecida em Santa Rita, nos serviu uma travessa enorme de biscoito crocantes, com bolo de fubá e um café delicioso! Mais acolhedor impossível, nos transformamos imediatamente em seus "netinhos", abobalhados com  tanta simplicidade e generosidade. Repletos de alegria, nos despedimos de Tia Elza com um abraço apertado e uma serenata cantada com o coração:

Você gosta de mim, ô maninha.
Eu também de você!
Vou pedir pro seu pai, ô maninha.
Para casar com você!

(Flávia Machado)


Os Três Irmãos




Os Três Irmãos
2007
(Inspirado na obra de Guimarães Rosa "Os irmãos Dagobé")

Atores: Elisa Paschoal, Jhon Weiner, Matheus Silva, Nícolas Lopes, Roberta Portella, Samir Antunes, Saulo Campos, Vanessa Biffon 
Concepção musical: Helder Silva e Saulo Campos
Direção: Antonio Apolinário 
Dramaturgia: Mariana Guarnieri
Figurino: Antonio Apolinário
Fotos: Wagner Alves
MúsicosHelder Silva e Saulo Campos
Local: Alto das dores, Ouro Preto. MG.

O valentão Damastor Dagobé, “o mais velho dos quatro irmãos, os facínoras...” é acidentalmente morto por um pacifico cidadão chamado Liojorge. No instante entre a vida e a morte, o amarelo é tomado por um minuto de coragem e acaba ficando sem escolha, a não ser matar o famigerado bandido. No arraial não se comenta outra coisa senão a vingança certa dos outros três irmãos: Doricão, Dismundo e Derval, igualmente peçonhentos.

O coro das três rezadeiras: Liduína, Maria e Andreza “que saboreiam já o sangrar” dão à cena um crescente suspense causado pelos burburinhos, especulando o destino do “lagalhé” Liojorge.  Entre o cômico e o trágico, as velhas fofoqueiras instigam o público o desejo de ver o “destino de desastre” do pobre rapaz que notifica a sua presença no velório do Damastor Dagobé disposto a aparecer, sem armas, para carregar o caixão.

Mariana Guarnieri



Exposição de fotos - Wagner Alves




No tom da Mangueira



No Tom da Mangueira
2008
(Espetáculo Cênico-musical inspirado na obra do compositor Cartola)

Atores: Elisa Paschoal, Matheus Silva, Nícolas Lopes, Roberta Portella, Vanessa Biffon.
Cenografia: Collete Ramos
Concepção, texto e direção: Dori Sant’Ana
Direção Musical: Dori Sant'Ana, Fábio Calazans e Hellem Pimentel
Figurino: Ateliê Cores de Reis
Iluminação: Fábio Prieto
Músicos: Alexandre Zilahi, Fábio Calazans, Marco Leite, Yara Campos
Operador de som: Igor (Baiano)
Regente do coro: Hellem Pimentel
Coro Jovem e Grupo de Música Brasilera da FAMES
Local: Theatro Carlos Gomes - Vitória - ES

Nascido e criado nas rodinhas, Cartola foi homem forjado no samba, pelo samba na pureza. Tinha no espírito a renúncia da música pela música. Sensível, dolente, harmônico, humano, musical. Agradava logo com a sua linha melódica rica e própria. Compunha para a Mangueira, compunha porque gostava e isso era tudo. Amou Zica, cabrocha lá da Estação Primeira.

“No tom da Mangueira” é uma busca de algo que Cartola pode ainda dizer para um Brasil de “personagens” comuns, de pessoas altivas, de poetas e artistas históricos. O espetáculo leva ao público um Cartola igual a todos nós: humano, de vida simples e, ao mesmo tempo, histórica. Uma montagem para emocionar e levar a platéia a cantar as mais memoráveis canções do Cartola, encantar pela competente liberdade com que foram feitos os arranjos sobre as suas músicas inspirados no desprendimento das formas e na singeleza com que vivia o compositor.

Sob formato de um espetáculo cênico-musical, a montagem reúne músicos e atores em uma passagem a-temporal pela vida, ou melhor, pelas emoções vivenciadas pelo sambista Cartola, a quem chamamos brasileiramente de Angenor. Tem o compromisso de levar-nos ao homem Cartola e não trazê-lo até nós. Repensar Cartola vivo em nossa brasilidade, nas nossas dificuldades e conquistas, em nossa “música”.

Escrito e dirigido por Dori Sant’Ana, o espetáculo que homenageia o mestre da Mangueira conta com o importante apoio e participação de artistas/músicos como Fábio Calazans e Hellem Pimentel, professores da Faculdade de Música do Espírito Santo, regentes do Grupo de Música Brasileira da FAMES e do Coro Jovem da FAMES respectivamente. A iniciativa é da Faculdade de Música do Espírito Santo que reúne nesse espetáculo alunos dos vários cursos da instituição.

O espetáculo tem a participação do Virundangas, Grupo de Investigação Cênica – composto por artistas que têm como objetivo a investigação cênico-musical de obras literárias, dramaturgias clássicas e performance. Os atores “Virundangas”, juntamente com o Grupo de Música Brasileira e o Coro Jovem, “cantarão” a história de um filho, pai, amante, músico... a história de um Cartola.


 Dori Sant'Ana




Casa de Farinha




Casa de Farinha
2008
(Obra atravessada pelo conto Substância, de Guimarães Rosa)


Atores: Elisa Paschoal, Matheus Silva, Nícolas Lopes, Roberta Portela, Vanessa Biffon 
Concepção musical: Saulo Campos e Sabrina Silva
Direção: Antonio Apolinário
Assistente de direção: Nieve Matos
Direção Musical: Sabrina Silva
Dramaturgia: William Neimar
Figurino: Antonio Apolinário
Iluminação: Alexandre Galvão
Músicos: Sabrina Silva, Samir Antunes, Saulo Campos
Fotos: Fábio Veloso 
Local: Sesi-Mariana (Festival de Inverno de Ouro Preto - Mariana - Fórum das Artes 2008)


Substância, de Guimarães Rosa, foi matéria prima. Os atores, a complementar. A encenação não é mais um nem outro. O deslize sobre o texto rosiano constrói lugares, a princípio, em branco que são coloridos aos poucos por sonoridades extraordinárias e por imagens em movimento. Os elementos da peça, impulsionados pela escritura, atravessam o corpo e reverberam em imagens, movimentos, musicalidades, textos dissociados da imposição de qualquer autor. Os fragmentos em pó não pretendem ensinar, nem impor moral, mas encenam uma possível existência amorosa registrada no sol, na dor e no trabalho duro.

Casa de farinha é espaço de trabalho, lugar para fabricar, construir, recriar, lapidar a mandioca. Casa de farinha quebra o polvilho, esfarinha a raiz, afina a farinha, amassa a massa, enrosca as mãos, nomeia o encontro, tocam os corpos, nasce o amor, dói.

A circularidade da encenação não dispõe ao espectador leitura passiva, chapada e unilateral. Prefere que ele se encontre na cena, retirando dela histórias (imaginárias) e leituras que o desejo permitir. Os atores não interagem fisicamente com a plateia. O jogo estabelecido convida o público a dançar o tempo, a beleza, o trabalho, a carne, a felicidade, a paixão...  

Não há essência que possa ser apreendida, nem no texto nem na peça, mas há registro da vivência de personagens sobre solo e sob chuva. Canção, dança, interpretação, palavra deveriam anestesiar o dia a dia doloroso das vidas no campo. No entanto, quase sem querer, eles expõem a ferida de forma desviada, através da poesia sonora dos corpos dançantes.

Difícil explicar somente com palavras o que significa poesia, corpo, música, dança, todos juntos em cena. Aquele que quiser experimentar, tem somente que comparecer. Não precisa trazer muita coisa, porque farinha é substância que dá pra fazer milagres.

William Neimar

Exposição de fotos - Fábio Veloso